O estado de Mato Grosso do Sul, conhecido como o Vale da Celulose, planeja um grande aumento em suas florestas plantadas. Até 2028, a área deve crescer 40%, passando de cerca de 1,8 milhão para 2,5 milhões de hectares.

Essa expansão será feita com foco total em sustentabilidade (ESG), que é uma prioridade para as grandes empresas do setor. A afirmação foi feita pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento), durante o evento “Bracell 2030 (2025)” em São Paulo, que discutiu como o Brasil pode liderar a bioindústria e a economia regenerativa.

Importância Global e Sustentabilidade

O secretário destacou que o setor de celulose de Mato Grosso do Sul tem uma forte presença internacional, exportando cerca de 92% da sua produção. Essa alta exposição global exige que as empresas tenham políticas claras de gestão sustentável (Ambiental, Social e Governança), o que já é parte essencial do modelo de negócio.

Ele ressaltou o compromisso das empresas (como Bracell e Suzano) com:

Legalidade: Não iniciar atividades sem as licenças necessárias, reservas legais e compensações ambientais.

Certificação: Seguir padrões de certificação florestal, que muitas vezes são mais rigorosos do que a lei ambiental.

Desafios e Projeções

Apesar disso, o setor enfrenta desafios. Um deles é a não aceitação, pela ONU (IPCC), dos créditos de carbono gerados pelo eucalipto plantado, sob o argumento de que a captura de carbono é temporária, já que as árvores são cortadas. O setor busca mudar essa regra, defendendo que o ciclo de corte, rebrota e replantio seja reconhecido como técnica de captura de carbono.

Para o futuro, o secretário confirmou que a meta de 2,5 milhões de hectares plantados está ligada à consolidação de grandes projetos, como a fábrica da Bracell e a segunda unidade da Eldorado. Ele estima que, para suportar apenas uma fábrica grande, é preciso ter uma área plantada de, no mínimo, 700 mil hectares, além da área de preservação.