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Sala adaptada garante acolhimento e inclusão, somando mais de 1,7 mil de identidades com símbolo do TEA

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Desde dezembro de 2024, quem passa pelo Posto de Identificação do Pátio Central, em Campo Grande, encontra mais do que um serviço público: encontra respeito. Com a ativação da sala ‘Posto Amigo do Autista’, pessoas com TEA  (transtorno do espectro autista) e outras condições sensoriais passaram a contar com um ambiente adaptado e acolhedor durante a emissão da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN).

A iniciativa foi idealizada pela perita papiloscopista Maira Cappi, que recebeu o XVIII Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública em novembro de 2023, após apresentar um projeto voltado ao atendimento mais humanizado e eficiente para pessoas neurodivergentes. A proposta surgiu a partir de vivências da servidora, incluindo a participação em um seminário promovido pelo Corpo de Bombeiros em 2022, onde teve contato direto com os desafios enfrentados por pessoas autistas em serviços públicos.

“Essa sala foi pensada para facilitar a rotina de quem enfrenta barreiras sensoriais. Tudo era muito difícil, especialmente por causa da luz intensa, dos sons e do toque. O posto, por estar dentro de um shopping, tem um nível de ruído que acabava desregulando muitas crianças. Foi naquele seminário que percebi como nossas práticas estavam desatualizadas e comecei a buscar formas de tornar esse espaço mais acessível, acolhedor e eficiente”, relata Maira.

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A ideia contou com o apoio da deputada estadual Mara Caseiro, autora da indicação parlamentar, e foi incluída no contrato de gestão entre a Polícia Científica e a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), com investimento estadual de R$ 82 mil para tornar o projeto realidade.

 

Para o coordenador-geral de Perícias, José de Anchiêta Souza Silva, e o diretor do Instituto de Identificação da Polícia Científica, Daniel Freitas, a iniciativa representa um avanço importante e tem potencial para ser levada a outras cidades. “Estamos promovendo inclusão com responsabilidade e sensibilidade. Apoiamos ações como essa porque acreditamos em uma Polícia Científica cada vez mais acessível, humana e preparada para atender todos os cidadãos”, afirmou o coordenador-geral.

Além da criação da sala, o projeto exigiu a reestruturação completa do posto. A unidade passou de 125 m² para 180 m², com locação de espaço adicional, revisão do fluxo interno e a construção do novo ambiente de 15 m², equipado com isolamento acústico, iluminação suave, ar-condicionado e brinquedos sensoriais.

Quem vivenciou essa transformação foi Luciene Ribeiro, mãe de Daniel, de 11 anos. Em uma tentativa anterior de fazer o documento, a família precisou interromper o atendimento por conta da sobrecarga sensorial. “Quando eu ia a alguns lugares, tinha que apresentar só a certidão de nascimento, porque ele não suportava o ambiente”, contou.

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Na nova estrutura, tudo foi diferente. “Dessa vez, ele se sentiu muito à vontade durante o atendimento. Vocês estão de parabéns. E mais do que uma sala adequada, percebo que aqui realmente é um posto amigo do autista, com atendimento preparado e qualificado”, afirmou Luciene, emocionada.

A adesão crescente ao novo modelo mostra a importância de ambientes preparados. Desde o início da emissão da nova CIN em Mato Grosso do Sul, em janeiro de 2024, o Estado já contabiliza 1.721 documentos com o símbolo do TEA.

Maria Ester Rossoni, Comunicação Polícia Científica

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Com apoio da Fundect, campo experimental avalia sustentabilidade agrícola na Rota Bioceânica

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Projeto de pesquisa liderado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está avaliando a sustentabilidade de diferentes culturas para recuperação de pastagens degradadas em Porto Murtinho (MS), município estratégico na Rota Bioceânica.

A iniciativa é resultado da criação da primeira Unidade Experimental de Pesquisa da rota, com investimento de R$ 1,5 milhão da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), vinculada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

A recuperação de pastagens degradadas é uma política do governo de Mato Grosso do Sul para promover a produção sustentável, sem expansão sobre vegetação nativa, garantindo a proteção do meio ambiente enquanto promove o desenvolvimento econômico.

No Estado, segundo a Semadesc, existem 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, sendo 4,7 milhões que poderão ser trabalhados com algum tipo de atividade, seja agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais, ou silvicultura.

Porto Murtinho é o segundo maior município do Estado, com uma área de 1,7 milhão de hectares, ficando atrás apenas de Corumbá. Cerca de 60% de seu território está inserido no bioma Pantanal, área protegida por legislação ambiental. Os mais de 700 mil hectares restantes são passíveis de aproveitamento econômico mediante sistemas sustentáveis de produção.

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Ricardo Gava, engenheiro agrícola e coordenador do projeto, destaca que a área fora do bioma é maior que o município de Maracajú, ou ainda duas vezes maior que Chapadão do Sul, com pastagens degradadas que merecem atenção.

“O uso eficiente dessas terras reduz a pressão por expansão sobre áreas sensíveis do Pantanal. Por meio de práticas sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), podemos não apenas melhorar o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida das famílias locais, como também contribuir para a preservação ambiental”, reforça o pesquisador.

A unidade experimental está localizada a 40 quilômetros do centro urbano, em uma área de dois hectares na bacia hidrográfica do rio Apa. Os solos da região são naturalmente férteis, mas apresentam limitações, como adensamento superficial devido ao acúmulo de argila e formação de um horizonte endurecido em períodos secos.

“Essas condições favorecem o surgimento de lençois d’água suspensos, aumentando a frequência de inundações e a salinização, o que torna essencial a adoção de manejos adaptados às características locais”, pontua Gava.

Entre as espécies já avaliadas estão quatro variedades de braquiária (Ruziziensis, Decumbens; Xaraés-MG5 e Marandú), além de milheto, algodão e soja. Os testes foram conduzidos com e sem aplicação de fertilizantes químicos, permitindo avaliar a viabilidade de sistemas produtivos com menor impacto ambiental.

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Professor e pesquisador do campus da UFMS em Chapadão do Sul, onde desenvolve diversos projetos, Ricardo Gava realiza também o cruzamento de dados entre as duas regiões, o que permite comparações relevantes quanto à adaptação das culturas em distintos contextos climáticos.

“Enquanto em Porto Murtinho as altitudes chegam a menos de 100 metros em relação ao nível do mar, com temperaturas que frequentemente ultrapassam os 50 °C, Chapadão do Sul está no divisor topográfico mais alto do Estado, próximo aos 900 metros de altitude, com clima mais ameno. O estudo comparativo pode ajudar a identificar cultivares mais resilientes às mudanças climáticas”.

Além da pesquisa, a unidade também atua como centro de formação e intercâmbio científico, envolvendo estudantes de graduação e pós-graduação, além de pesquisadores e produtores rurais do Brasil e do Paraguai. “A troca de experiências tem fortalecido o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis na Rota Bioceânica e as pesquisas têm mostrado o potencial de uma nova fronteira de produção agrícola”, conclui Ricardo Gava.

Maristela Cantadori, Comunicação Fundect
Fotos: Arquivo pessoal/Ricardo Gava

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