TECNOLOGIA
PSA Pantanal vai destinar R$ 1,4 bi por ano para quem ajudar a preservar o bioma e combater incêndios
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O Governo de Mato Grosso do Sul vai remunerar quem preserva o Pantanal. A medida vale para produtores rurais, comunidades tradicionais, organizações de sociedade civil, entre outros, que poderão apresentar projetos para realizar ações de recuperação do meio ambiente e receber, anualmente, uma renda extra por meio de programas de PSA (Pagamento por Serviço Ambiental).
A iniciativa, inédita no País, foi lançada nesta quinta-feira (27) dentro do Pacto pelo Pantanal, o maior programa brasileiro de conservação por meio do desenvolvimento, que prevê R$ 1,4 bilhão em recursos para manter o Bioma brasileiro que conta com 84% de sua vegetação preservada, em harmonia.
O lançamento ocorreu no Bioparque Pantanal e contou com a presença do ministro substituto do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, do governador Eduardo Riedel, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o secretário-adjunto Artur Falcette, entre outras autoridades.
Os editais de PSA fazem parte do Fundo Clima Pantanal, que foi criado pela Lei do Pantanal, de dezembro de 2023. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável do bioma e gerenciar as operações financeiras destinadas a Programas de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) na planície pantaneira, e também a conservação de ecossistemas, como parte do PESA (Programa Estadual de Serviços Ambientais).
O Fundo Clima do Pantanal, que já conta com R$ 40 milhões do Governo do Estado, recebeu hoje, durante a cerimônia, o aporte de mais R$ 100 mil, da Famasul.
O primeiro e maior deles, é o PSA Conversação e Biodiversidade que vai remunerar quem preserva além do mínimo estabelecido por lei. Pela legislação, todo produtor rural deve manter uma quantidade mínima de vegetação nativa na sua propriedade.
Mas, a partir de agora, quem tiver áreas de preservação excedentes receberá por esse adicional. Ou seja, nessas áreas, onde também se cria gado no Pantanal, o produtor terá agora uma segunda fonte de receita.
O valor a ser pago será de R$ 55 por hectare por ano, para manutenção das áreas, podendo chegar até R$ 100 mil por propriedade. Os projetos serão monitorados e acompanhados pela fiscalização do Governo. “A meta é preservar mais, ser remunerado, sem deixar que isso interfira na rentabilidade da fazenda”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Combate aos incêndios
Já o PSA Brigadas vai remunerar os projetos que tenham a finalidade de prevenção e combate aos incêndios. Eles serão avaliados e receberão recursos do Governo do Estado para sua estruturação, aquisição de equipamentos e formação de brigadas. Esse programa poderá contemplar comunidades tradicionais, organizações da sociedade civil, produtores rurais, entre outros.
O secretário-adjunto Artur Falcette explicou que os programas estarão vigentes para 2025 e 2026.
“No PSA Brigadas para combate aos incêndios florestais, o Governo do Estado vai receber projetos de comunidades indigenas, organizações da sociedade civil, produtores, entre outros, de prevenção e combate aos incêndios. O Governo vai ajudar estes projetos, transferindo recursos para estas organizações para que possam se formalizar junto ao Corpo de Bombeiros como brigadistas. A ideia é que eles possam formar estas brigadas e também se equipar para atuar nesta frente de prevenção e combate a incêndios”, explicou Falcette.
O edital para parceiro executor do PSA será publicado para selecionar uma organização da sociedade civil responsável pela operacionalização do programa. A partir de junho, os produtores rurais poderão se inscrever para os dois primeiros anos do PSA Conservação.
“Quanto mais recursos, maior a capacidade de absorver projetos, maior o potencial de remunerar e garantir a perpetuidade de áreas de preservação e de prevenir contra incêndios. Preservar o Pantanal é um desafio de todos”, citou Falcette.
Licenças de supressão
Também foi anunciada medida relacionada às Licenças Ativas de Supressão Vegetal em propriedades rurais na região pantaneira. A licença de supressão é um documento emitido pelo órgão ambiental responsável que autoriza a remoção de vegetação de uma determinada área.
No evento Pacto pelo Pantanal, o Governo do Estado anunciou que vai remunerar os produtores que desejarem abrir mão dessa autorização e solicitarem o cancelamento da licença.
“Aqueles produtores que já têm essas licenças emitidas e quiseram abrir mão da supressão, serão remunerados. É mais uma fonte de remuneração além do PSA Conservação e Biodiversidade”, informou o secretário adjunto Artur Falcette.
O Governo vai permitir, que voluntariamente, os produtores devolvam estas licenças e sejam indenizados. “Estas duas ações representam a aplicação do Fundo para 2025 e 2026. Queremos receber muitas doações e contribuições, porque quanto maior for este programa será maior a capacidade de preservar o Pantanal”, acrescentou.
Exemplo para o País
O ministro adjunto de Meio Ambiente destacou em seu pronunciamento, o exemplo de Mato Grosso do Sul em criar o Pacto pelo Pantanal e em especial a atuação do titular da Semadesc, Jaime Verruck.
“Quero destacar aqui o trabalho excepcional do secretário Jaime Verruck, que fez uma parceria desde o início conosco. Você representa o espírito colaborativo de integração, troca de informações e transparência”, elogiou.
Durante a solenidade, o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, anunciou a doação de R$ 100 mil ao Fundo Clima Pantanal, tornando-se a primeira instituição a apoiar a iniciativa do Governo do Estado.
“Sempre defendi que houvesse um reconhecimento pelo trabalho dos produtores rurais no Pantanal. Não é justo que essa conta fique apenas com eles. Por isso, fizemos essa doação, porque acreditamos nesse projeto”, afirmou Marcelo Bertoni, presidente da Famasul.
O Governo vai lançar nos próximos dias, um edital de seleção de instituição parceira para executar o programa junto com o Estado.
“A partir disso a gente vai construir com essa instituição a abertura das inscrições que vai acontecer entre o final de maio e o começo de junho. Então vamos criar as inscrições, o site, todo o programa, como é que ele vai funcionar especificamente o programa de conservação e biodiversidade. Feito isso, esse ano vamos fazer 2025 e o 2026. Então relativo a 2025, os produtores rurais vão receber ainda em 2025. A expectativa é que os valores sejam pagos até novembro e 2026 eles devem receber no meio do ano”, finalizou o secretário-adjunto.
Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda/Semadesc


TECNOLOGIA
Silvicultura “abre às portas” para mulheres na universidade e contribui para o desenvolvimento sustentável

A região do Bolsão em Mato Grosso do Sul é um celeiro de oportunidades para o desenvolvimento profissional e pessoal. O berço de todo este processo de crescimento está sendo trilhado por mulheres que estão no curso tecnólogo em Silvicultura, capacitação de nível superior ofertado pela UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) em parceria com as prefeituras municipais de Água Clara e Ribas do Rio Pardo e as empresas MS Florestal e Suzano, respectivamente.
“São cursos novos na grade curricular das universidades. Só existem mais três cursos no interior de São Paulo e do Espírito Santo. A região do Bolsão, em Mato Grosso do Sul, é o coração da Silvicultura no Brasil e nada mais justo que tenhamos aqui esse tipo de capacitação, mais direcionada e específica”, explica o professor Allan Motta Couto, docente da UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul e coordenador do curso da UEMS, em Água Clara.
O professor detalha que a maioria dos participantes do curso de Silvicultura são mulheres e que já trabalham nos viveiros de mudas e em outros setores das empresas do setor florestal.

O curso de Silvicultura é oferecido no polo da UEMS em Água Clara e ministrado na Escola Municipal Márcia Cristina Fioratti Javarez, que oferece um espaço muito bem adequado com ambiente climatizado e equipamentos como telões de alta tecnologia sensíveis ao tato, laboratórios equipados, conexão de internet, além de uma logística primorosa com transporte para as aulas práticas de campo. O professor Allan também ressalta que a parceria com a indústria é fundamental para a promoção do curso.
“A MS Florestal identificou uma demanda social e decidiu também investir na capacitação. A união dos três parceiros [prefeituras, empresas e UEMS] possibilitou a criação desse curso em Água Clara e Ribas do Rio Pardo”, completou o professor.
De acordo com o docente, o curso em Silvicultura é composto majoritariamente por mulheres. “70% dos nossos acadêmicos são mulheres. Este fato nos deixa felizes em saber desta peculiaridade em Mato Grosso do Sul. “Nossos alunos são pessoas mais experientes, pais e mães que trabalham o dia todo, já estão inseridos no mercado, trabalhando em operações florestais, na produção de mudas, no monitoramento do crescimento florestal e buscam esta capacitação, cargos mais desafiadores e melhor remuneração.”
O curso tem duração de dois anos e meio. Em Água Clara, o curso teve início em agosto de 2024. Cerca de 40 pessoas participam dos cursos em ambos municípios.
Ainda segundo o professor Allan, a tecnologia em Silvicultura é um campo em constante evolução que envolve o manejo e o cultivo de florestas com o objetivo de obter um alto rendimento e conservar a biodiversidade.
Viveiros da Educação

Faz três anos que Luzia Costa Freitas, mãe de duas meninas, trabalha no viveiro da MS Florestal, em Água Clara. Em agosto do ano passado, começou no curso de Tecnólogo em Silvicultura pela UEMS.
“Eu resolvi fazer esse curso para o meu crescimento profissional e para me aprofundar mais na área. O setor de celulose está bastante avançado. Eu não tinha a dimensão desse setor”. Luzia conta que o curso abriu seus horizontes. “O curso de tecnólogo está me mostrando além, de como é o processo de uma floresta formada. Eu fiquei muito feliz pelo curso ter vindo pra cá. Nós, que somos mães, donas de casa, fica um pouco difícil para retomar aos estudos. Então, foi uma boa oportunidade”, descreve.
Gilmara Prates, de 31 anos, é casada e tem um filho de três anos. “Eu fiquei sabendo que o curso ia ser ministrado em Água Clara, e oferecido pela UEMS. Eu sempre digo que o meu trabalho é cuidar de mães grávidas e de seus filhinhos na maternidade”, completa a colaboradora que trabalha também no viveiro da MS Florestal”, comparou a colaboradora.
Assim como outras dezenas de mulheres que cursam Silvicultura, Gilmara pretende se formar e tornar-se especialista na área. “O futuro está nas minhas mãos. O que eu estou plantando hoje, quero ver lá na frente, aquelas mudinhas, meus brotinhos pequeninos que eu plantei e como elas estarão lá na frente”, diz emocionada.
A aula inaugural do primeiro curso de Tecnólogo em Silvicultura, em Ribas do Rio Pardo aconteceu no dia 11 de março deste ano, em parceria com a UEMS, Governo do Estado, prefeitura e a empresa Suzano. As aulas são ministradas na Escola Estadual João Ponce de Arruda.
Além do curso de Tecnólogo em Silvicultura, a Suzano lançou, em parceria com o Governo do Estado, cursos de qualificação profissional para o ensino médio em Ribas do Rio Pardo. A iniciativa inclui o programa EJA Qualifica (Educação de Jovens e Adultos) e a formação de viveiristas florestais.
O título de tecnólogo é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) como uma qualificação de nível superior, com diferença de ser um curso de menor duração e focado na prática profissional. Em agosto de 2023, o curso foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEMS (CEPE). O curso tem duração de dois anos e meio.
O Curso de Tecnologia em Silvicultura da UEMS oferece competências e habilidades quanto a analisar estatísticas, inventários florestais e a vegetação arbórea de espécies florestais nativas e exóticas, gerenciar programas de preservação, conservação e reflorestamento, entre outros atributos.
Alexandre Gonzaga, Comunicação do Governo de MS
Foto de capa: Saul Schramm/Secom/Arquivo
Internas: Arquivo UEMS
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