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Com Rota Bioceânica, Governo do Estado reestrutura rede de saúde na região de fronteira

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Crescimento populacional previsto exige reorganização estratégica da rede hospitalar na região sul e sudoeste do Estado; além da reestruturação da rede hospitalar, mapeamento com o Paraguai ajudará a mapear potencialidades e desafios

Com foco na regionalização e no planejamento estratégico diante do impacto da Rota Bioceânica, o Governo de Mato Grosso do Sul está reestruturando a rede hospitalar na faixa de fronteira.

O novo modelo propõe uma organização por níveis: atenção primária e estabilização de urgências mais complexas nas cidades de origem, média complexidade concentrada em cidades-polo como Ponta Porã e os atendimentos de alta complexidade direcionados a centros como Campo Grande e Dourados.

A reorganização foi uma das pautas do Encontro Binacional promovido pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) no último mês, em Ponta Porã.

Integrante da Assessoria Técnica Médica da SES, o médico João Ricardo Tognini destaca que a intensificação do fluxo de pessoas e o crescimento populacional e econômico esperados na região sul do estado — especialmente em Porto Murtinho, por conta da ponte sobre o Rio Paraguai que ligará a cidade à Carmelo Peralta — trarão novos desafios para a saúde pública. “Além dos riscos associados à mobilidade, como acidentes e traumas, há a necessidade de ampliar o acesso à saúde preventiva e curativa em todas as complexidades”, explica Tognini.

Além das propostas de apoio à estruturação de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em municípios estratégicos — cuja implantação é de responsabilidade das gestões municipais — a SES está atuando de forma propositiva na consolidação de uma rede estadual estruturada em “cinturões de média complexidade”.

Esses cinturões funcionam em torno dos polos de alta complexidade (Campo Grande, Dourados e Três Lagoas), com municípios vizinhos assumindo, gradativamente, atendimentos de média complexidade, como cirurgias gerais, ortopedia, urologia e ginecologia. A estratégia garante maior capilaridade à assistência hospitalar, reduzindo deslocamentos e fortalecendo o atendimento regionalizado, de forma integrada e resolutiva. Essa organização busca:

• Reduzir deslocamentos longos de pacientes;
• Desafogar os grandes hospitais estaduais;
• Racionalizar a ocupação de leitos, garantindo vagas para casos graves.

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Em Porto Murtinho, cidade com menos de 20 mil habitantes e sem serviços hospitalares de maior complexidade, o plano envolve o fortalecimento da atenção primária. Casos regulados serão direcionados para cidades de apoio como Ponta Porã.

Já Ponta Porã, com mais de 90 mil habitantes, possui um Hospital Regional com 127 leitos e capacidade de atender demandas cirúrgicas e clínicas de média complexidade. A SES estuda a ampliação da oferta de especialidades como ortopedia e urologia, com investimentos em tecnologias como videocirurgia, e reforço na regulação estadual para evitar que casos simples ocupem leitos de alta complexidade.

Cidades de apoio e transporte aeromédico

A estratégia inclui ainda o fortalecimento de cidades de apoio, como Bela Vista, Antônio João e Jardim, que poderão absorver parte da média complexidade, compondo os cinturões assistenciais. O modelo prevê uma lógica hierarquizada de encaminhamentos, com investimento em infraestrutura hospitalar, capacitação de equipes, contratualizações otimizadas e até ampliação do transporte aeromédico, crucial diante das longas distâncias entre os municípios e os centros de referência.

Nesse sentido, o transporte aeromédico é considerado uma ferramenta estratégica para garantir atendimento rápido em situações graves. Em um estado com território extenso, áreas remotas e baixa densidade populacional, o socorro por via aérea pode ser decisivo. A ampliação desse serviço integra o esforço do Governo do Estado para garantir acesso à saúde com mais agilidade e segurança em todo o Mato Grosso do Sul.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, a regionalização hospitalar exige planejamento técnico criterioso, com estruturas alinhadas à realidade de cada região. “Não basta construir hospitais. É preciso considerar a capacidade de gestão local, o perfil populacional e a lógica de funcionamento em rede. Em muitos municípios, manter equipes completas e estrutura de alta complexidade não é viável”, afirma.

Ele destaca que o modelo adotado busca distribuir os serviços conforme o porte e as necessidades de cada cidade, garantindo uma rede articulada e eficiente. “Para isso, estamos fortalecendo desde a atenção primária aos mecanismos de regulação incluindo pontos mais complexos como transporte aeromédico. Todo esse trabalho tem o intuito de garantir que o paciente esteja no lugar certo, na hora certa, com o cuidado adequado”, finaliza.

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Saúde transfronteiriça e mapeamento

O novo modelo de atendimento hospitalar da SES foi apresentado durante o Encontro de Cooperação Interfederativa em Saúde Brasil – Paraguai, realizado nos dias 28 e 29 de abril em Ponta Porã. O evento reuniu representantes de órgãos de saúde do Brasil e do Paraguai, além de organizações internacionais, para debater estratégias conjuntas de fortalecimento da atenção à saúde na linha de fronteira.

Na ocasião, foi assinado termo de cooperação entre Brasil e Paraguai dando início a um amplo mapeamento das estruturas de saúde nas cidades fronteiriças entre os dois países. A ação conta com o Governo de Mato Grosso do Sul como um dos signatários, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Dentre os pilares do termo está identificar capacidades hospitalares, recursos humanos e equipamentos disponíveis em regiões como Ponta Porã (MS), Mundo Novo (MS), Pedro Juan Caballero (PY), Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este (PY).

“O mapeamento nos permitirá entender, em detalhes, a realidade de cada município, utilizando o cruzamento de dados a fim de verificar onde há falta de insumos, profissionais ou leitos. Esse levantamento é essencial para direcionar investimentos e criar uma rede de saúde integrada, capaz de atender rapidamente a população fronteiriça”, destaca a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, que assinou representando Mato Grosso do Sul como um dos signatários do documento. A previsão é que o trabalho das equipes tenha início no prazo de 30 dias.

Danúbia Burema, Comunicação SES
Foto capa: Saul Schram/Secom/Arquivo
Internas: Marcos Espíndola/SES 

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Nova arquitetura e conceito: Governo apresenta aos deputados expansão da infra e desafios da saúde em MS

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A nova arquitetura da saúde regional, com avanços na regionalização da atenção hospitalar de Mato Grosso do Sul, uma das prioridades do Governo do Estado, com melhorias na entrega final, que vai beneficiar a população nos 79 municípios, bem como a proposta de uma PPP (Parceria Público Privada) no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), foram apresentadas aos deputados estaduais na manhã desta quarta-feira (4), na Assembleia Legislativa, pelo governador Eduardo Riedel e pelos secretários Maurício Simões (Saúde) e Eliane Detoni (Parcerias Estratégicas).

“Este é um momento da maior importância para nivelar o conhecimento, tirar as dúvidas, pois algumas informações divulgadas não estão vinculadas aos fatos. O projeto foi estudado com muito critério, estamos há dois anos mergulhados com todos os indicadores desse processo para nos dar subsídio, para poder construí-lo. A gente acredita que esse conhecimento deu o embasamento para o projeto”, explicou o governador, ao detalhar planos e especificidades das melhorias na saúde pública estadual.

Para melhorar a situação hospitalar atual, com foco no crescimento da demanda futura, o Governo do Estado estabelece um “novo cinturão da saúde”, levando em consideração a capacidade de atendimento de cada unidade – média e alta complexidade. O objetivo principal é a melhoria do serviço prestado ao cidadão.

“A atenção hospitalar é parte da assistência à saúde. Mas é uma parte muito importante e que nós temos carência de leitos, principalmente hospitalares de alta complexidade. E ali é que entra, então, a parceria público-privada do hospital. E tudo começou com o plano diretor de regionalização da saúde no Estado. Nós procuramos considerar inúmeros indicadores de cada município e região, para que a gente pudesse acompanhar as mais fortalecidas”, explicou Simões.

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A PPP do HRMS, que faz parte do projeto de regionalização da atenção hospitalar no Estado, prevê a expansão da infraestrutura com impacto direto nos indicadores de saúde, principalmente o aumento na produtividade com previsão de crescimento de 96% das internações, que podem passar de 1,4 mil para mais de 2,7 mil por mês. Também existe a expectativa de economia de 35% por internação, além de aumento de leitos que vão passar de 362 para 577.

“O que a gente pretende sempre é melhorar a prestação de serviço público para o cidadão e, nesse caso, para que a gente consiga manter um atendimento 100% SUS, gratuito e universal. Então, é bom a gente deixar claro que o Hospital Regional, ele se mantém gratuito”, disse a secretária especial de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni.

Todos os serviços não assistenciais, chamados de “bata cinza” serão executados pelo futuro parceiro privado, como nutrição, limpeza, lavanderia, manutenção predial, e tudo que envolve o funcionamento físico e estrutural do hospital – apoio médico, administrativo, fornecimento de insumos, recepção, portaria, entre outros.

“Nosso desafio é planejar uma estratégia hospitalar hierarquizada e regionalizada para o estado de Mato Grosso do Sul. E isso é resultado da complexa interação de processos econômicos, políticos e sociais. E a gente fez isso sem esquecer que o Estado está passando uma Rota Bioceânica e Rota da Celulose, dois processos de desenvolvimento muito importantes”, disse o secretário da SES (Secretaria de Estado de Saúde.

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Além de terem oportunidades de tirarem dúvidas sobre o projeto de regionalização e também sobre a PPP do HRMS, os parlamentares destacaram a competência do projeto apresentado, e elogiaram o modelo de atenção à saúde proposto com vista na melhoria do serviço prestado ao usuário.

“Momento importante para os deputados apreciarem a proposta, fizemos essa proposição ao Executivo e hoje agradecemos a apresentação. Entendemos que é um projeto estruturado e muito bem estudado, com critérios”, disse o presidente da ALEMS, Gerson Claro.

Macrorregiões

Como parte do projeto de regionalização, as macrorregiões do Cone Sul – Hospital Regional de Dourados -, Costa Leste – Hospital Regional Magid Thomé (Três Lagoas) – e do Pantanal – onde será construído um hospital em Corumbá -, além de Ponta Porã e Campo Grande, também terão serviços e leitos expandidos nos próximos anos, intensificando oferta de cirurgias e exames de média e alta complexidade.

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Fotos: Álvaro Rezende

ATENÇÃO: confira aqui o pack imprensa com as imagens da reunião com os deputados

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